pela aceitação e pelo respeito e direito de ser adolescente.
O drama de Amy, de uma família alicerçada em costumes e tradições religiosas, gera tensão e confusão em sua cabeça, tão carente de descobertas e sensações. Achei a mensagem final belíssima, de que não é necessário pular etapas da vida para ser socialmente aceito. A maturidade e toda a sua carga de responsabilidades ocorrem naturalmente, sem precipitações.
Saio em defesa desse filme. Lindinhas (Mignonnes/Cuties) é uma envolvente, emocionante e reflexiva história que aborda todos os conflitos presentes na adolescência: A síndrome do patinho feio, o bullying, a luta pela aceitação no grupo, a rebeldia familiar, a inveja, a descoberta do corpo, a impulsividade, a dependência causada pelo aparelho celular, o sonho de se destacar em algo, enfim tudo o que compõe o mágico e inesquecível período de transição entre a criança e o adulto. Penso que toda essa polêmica deve-se ao fato de não ser uma produção norte-americana. Há muitos filmes piores sobre adolescentes, muito mais chocantes e explícitos que esse (GUMMO/KIDS/KEN PARK/DEPOIS DE LÚCIA). As pessoas os aceitaram sem qualquer julgamento.
Essa bela produção senegalesa aborda, entre outras coisas, a dependência que o adolescente tem das redes sociais. A atitude da Amy, de querer se autoafirmar adulta antes do tempo, bem como suas decisões, muitas vezes impensadas e impulsivas, são, a meu ver, abordadas de maneira muito competente pela diretora, que parece haver penetrado na alma conflitante da adolescência contemporânea.
A atuação da atriz é esplendorosa. Aquela cena final resume toda a mensagem que o filme quis deixar... Em minha opinião, há tanto significado naquela cena, que faz a obra encerrar com chave de diamante... A atuação da atriz é esplendorosa e aquela cena final resume toda a mensagem que o filme quis deixar... Em minha opinião, há tanto significado naquela cena, que faz a obra encerrar com chave de diamante...